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O futuro das empresas segue rumo à espiritualidade?

Se levarmos em consideração que o homem não se resume apenas a um recurso capaz de gerar resultados às empresas, mas é um ser capaz de discernir aquilo que é melhor para ele, enquanto indivíduo, ao mesmo tempo em que se expressa através de emoções e de necessidades únicas, constataremos que não é por acaso que as empresas investem cada vez mais no campo da espiritualidade. E se faça aqui uma ressalva, para esse assunto não venha a ser confundido com religião. 


De acordo com Koji Sakamoto, especialista em espiritualidade no âmbito corporativo e autor de livro como "Prazer em Viver, feliz em servir", lançado pela AçãoSet, didaticamente, podemos afirmar que uma organização que pratica a espiritualidade corporativa possui bem definidas a sua visão e a sua missão como nortes para a gestão, ao passo que procura seguir e praticar fielmente as leis da natureza.

 

"De maneira natural e imperceptível a algumas pessoas, as mudanças já estão ocorrendo. O mundo está em transição da cultura materialista e egoísta para a espiritualista e altruísta". Em entrevista concedida ao RH.com.br, ele assinala os principais benefícios que a espiritualidade gera ao ambiente corporativo e, consequentemente, aos profissionais que buscam um sentido nas atividades que abraçam em suas rotinas laborais. Se você é uma pessoa que está sempre à procura de algo, mas ainda não identificou o que realmente lhe falta, então, esta entrevista proporcionará uma agradável leitura!

 

RH.com.br - A maioria das pessoas vive uma constante busca por conquistas. Contudo, quando atingem seus objetivos, nem sempre encontram a satisfação que desejavam. Esse sentimento pode estar relacionado à questão da espiritualidade?

Koji Sakamoto - Sim, está relacionado à questão da espiritualidade. Esta questão ainda não está bem clara para a sociedade. Para compreendermos melhor precisamos aceitar que existe outro mundo, um mundo além do material que conhecemos. De acordo com o filósofo japonês Mokiti Okada, falta o mais importante: conhecimento do mundo espiritual. Por exemplo: em tudo existe a forma, a função e a missão. O médico quando termina o curso de graduação, já tem a forma que é a parte legal atendida. Quando ele concorre a uma vaga num hospital e é contratado, ganha a função. No desempenho da função é que poderá ou não cumprir a missão. Quando, na sua atividade profissional, a pessoa consegue cumprir plenamente os três quesitos pode-se dizer que ela conseguiu cumprir a verdadeira missão. Quando cumprimos apenas a forma e a função, mesmo que alcançando um resultado material, isso não gera a autossatisfação porque falta o cumprimento da missão.

 

RH - Vemos que as empresas demonstram uma preocupação em considerar o indivíduo mais do que um recurso que gere resultados, mas sim um ser singular que precisa de outras necessidades não somente físicas. Em seu entendimento, a espiritualidade deve ser trabalhada nas empresas a partir de que ponto?
Koji Sakamoto - Precisamos, antes de qualquer coisa, partir do pressuposto de que a empresa em várias missões para cumprir e essa missão é concedida por um ser superior, em relação aos pares, aos colaboradores, aos fornecedores, ao governo e principalmente com os parceiros finais. É preciso entender que o ser humano tem espírito e sentimento. Objetivamente esta missão é gerar felicidade para as pessoas, participando da construção de um mundo melhor.


RH - A espiritualidade, no âmbito corporativo, depara-se com obstáculos expressivos? 
Koji Sakamoto - Sim, existem aqueles que podemos considerar como sendo os mais expressivos obstáculos no âmbito corporativo que são: falta de uma definição clara da visão e da missão, por não acreditar ainda que as palavras têm poder e espirito; deficiência em cumprir e acreditar na proposta da visão e da missão, fazendo com que estas cheguem a todos os escalões organizacionais - dos colaboradores até às lideranças; dificuldade de estabelecer um alinhamento dos valores pessoais dos colaboradores com os da empresa; ausência de mais desenvolvimentos e manutenções no próprio cumprimento da missão organizacional.

 

RH - Esses obstáculos são oriundos da cultura corporativa do Brasil ou se apresenta em outros países, principalmente nos latino-americanos?
Koji Sakamoto - Os mesmos obstáculos que mencionei anteriormente, nós encontramos em países da América Latina, da Europa, da Ásia, ou seja, em todo o mundo. É bom explicar que isso ocorre porque vivemos a cultura materialista e egoísta que se encontra em transição para a cultura espiritualista e altruísta.

 

RH - Como agir frente a esses mesmos obstáculos, a fim de que a espiritualidade organizacional ganhe raízes cada vez mais fortes?
Koji Sakamoto - De maneira natural e imperceptível as mudanças já estão ocorrendo. O mundo está em transição da cultura materialista e egoísta para a espiritualista e altruísta. Podemos perceber isso nos relacionamentos humanos que ultimamente têm aumentado muito o incentivo para a prática do altruísmo - servir ao próximo sem esperar nada em troca. Nos Estados Unidos, por exemplo, foi lançado um livro inusitado e intitulado "Empresas feitas para servir", de autoria de Dan J. Sander. Este trabalho está totalmente voltado para a prática do servir. A felicidade nunca foi tão divulgada como nos últimos tempos, inclusive fazendo parte de inúmeras campanhas publicitárias como: "Vem ser feliz", "Abra a felicidade", "Lugar de gente feliz" e o "O que você faz para ser feliz?"

 

RH - Em sua opinião, quais os equívocos mais graves que as empresas cometem quando decidem investir na espiritualidade organizacional?
Koji Sakamoto - O processo de implantação da espiritualidade na empresa é uma conscientização de longo prazo, pois muda profundamente o comportamento do ser humano nos seus relacionamentos. É uma nova fase que está aflorando no seio das empresas, porém a maior dificuldade é a falta de literatura sobre o assunto. Muitos profissionais começaram a escrever sobre o assunto baseados nas teorias de diversas correntes, mas são poucos os livros que conseguem transmitir o verdadeiro sentido da espiritualidade e, principalmente, os resultados obtidos com a prática.

 

RH - Já que o senhor mencionou que a espiritualidade gera resultados às empresas, quais aqueles que podem ser destacados?
Koji Sakamoto - Com a presença da espiritualidade, o que mais se evidencia no ambiente organizacional é a existência da harmonia, da criatividade, da espontaneidade, da iniciativa e da vontade do ser humano em realizar as suas atribuições como missão e não por obrigação. É importante lembrarmos que o ambiente que gera energia positiva, influência diretamente a qualidade e a produtividade da equipe.

 

RH - A atuação da área de RH na espiritualidade corporativa é relevante?
Koji Sakamoto - Não só relevante como de suma importância, pois nunca se deu tanta ênfase à formação e ao desenvolvimento do ser humano. Só que nesta fase é importantíssimo considerar não apenas a formação racional e emocional, mas principalmente a espiritual. As empresas que saírem na frente, dentro de mais alguns anos estarão revolucionando a verdadeira missão da área de Recursos Humanos na construção de uma sociedade mais justa, harmônica, saudável e, principalmente, feliz. Hoje as empresas estão buscando melhorar a qualidade e a produtividade de maneira natural, gerando felicidade aos colaboradores e aos seus familiares.

 

RH - Neste contexto, qual o papel das lideranças frente à espiritualidade?
Koji Sakamoto - O papel da liderança é fundamental para a implantação dessa filosofia nas empresas, através dos seus exemplos. Hoje, a característica do líder é servidora, não impositiva. Os líderes, sem dúvida alguma, serão os multiplicadores das práticas da espiritualidade nas organizações.

 

RH - Em anos de experiência profissional, qual o fato que mais o marcou e que envolve a espiritualidade nas empresas?
Koji Sakamoto - Destacaria um trabalho especial que foi desenvolvido em uma empresa de economia mista onde a pesquisa do clima revelava os piores indicadores da organização, com um índice em torno de 4.7 pontos e um índice de 4.2 para as lideranças. Após o desenvolvimento da espiritualidade junto à gerência e seus colaboradores, esses números mudaram para 7.2 e 9.4 respectivamente. O resultado continuou positivo nas duas avaliações posteriores, que passaram a ser feitas bienalmente.

 

RH - Que recado o senhor deixaria aos leitores do RH.com.br, no tocante à questão da espiritualidade organizacional?
Koji Sakamoto - Procurem conhecer e se aprofundar nos assuntos relacionados à espiritualidade na empresa, pois este é o futuro do mundo. Tudo se voltará para o ser humano espiritual.

 

Por Patrícia Bispo para o RH.com.br

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A terceira inteligência valiosa para os talentos organizacionais

Onde o homem se fizer presente, surgirão questionamentos oriundos do seu comportamento. No dia a dia das empresas, isso também é comum. Afinal, não é difícil encontrar casos de profissionais que aos "olhos de terceiros" possuem uma carreira promissora, recebem uma remuneração atraente, mas nem por isso se sentem realizados. Eles sempre buscam algo e muitos, nem sempre sabem por onde iniciar por aquilo que tanto procuram. Vários intelectuais já apresentaram suas teorias em relação ao comportamento do ser humano como o francês Alfred Binet e o norte-americano Lewis Terman que se dedicaram ao Quociente de Inteligência. Mais recentemente, paramo-nos com Daniel Goleman que em 1995 passou a ser conhecido mundialmente graças ao best-seller Inteligência Emocional (QE).


E agora, quais as vertentes que apontam para a compreensão humana? De acordo com Wellington Moreira, diretor executivo da Caput Consultoria, as atenções começam a ser voltadas para uma terceira inteligência: a Espiritual " O conceito de Inteligência Espiritual não tem a ver com o quanto de devoção e fé em Deus você conta e sim com o seu estado de espírito, a forma de enxergar as coisas e a maneira de agir frente a elas. É claro que muitas pessoas com alto nível de Inteligência Espiritual são dotadas de grande religiosidade, mas aquelas que professam uma fé podem não tê-la como também alguém que se declara ateu é capaz de desenvolver um respeitável Quociente Espiritual", menciona Wellington Moreira. Em entrevista concedida ao RH.com.br, ele destaca os benefícios que a Inteligência Espiritual traz tanto às empresas quanto aos profissionais. Essa é uma ótima oportunidade para avaliar se você e a sua empresa estão sintonizados com o desenvolvimento dessa terceira inteligência que vem sendo valorizada no campo corporativo. Boa leitura!


RH.com.br - Qual o conceito mais atual sobre Inteligência Espiritual?
Wellington Moreira - Os principais autores que se dedicam a explicar a Inteligência Espiritual ainda não conseguiram criar um conceito que possa ser utilizado universalmente para descrever este tipo de capacidade. No entanto, para fins didáticos, podemos defini-la como a inclinação do ser humano de colocar seus atos e suas experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. Portanto, a Inteligência Espiritual é a base que sustenta as inteligências Intelectual - Quociente Intelectual, e Emocional - Quociente Emocional.

 

RH - Em que momento as empresas brasileiras passaram a valorizar a Inteligência Espiritual e quais os motivos que levaram as organizações a essa realidade?
Wellington Moreira - De alguns anos para cá pequenas e grandes companhias perceberam que boa parte dos seus colaboradores busca muito mais do que uma remuneração justa e ótimas oportunidades de ascensão profissional. Estas pessoas querem, acima de tudo, realizar um trabalho que lhes confira significância pessoal e as ajudem a encontrar respostas aos porquês de sua vida. Por isto, mesmo que não utilizem a expressão Inteligência Espiritual, quando uma empresa cria canais para escutar o que seus colaboradores dizem ou estabelece políticas de gestão participativa, por exemplo, ela está criando um ambiente propício ao desenvolvimento do quociente espiritual de seus colaboradores.

 

RH - A compreensão sobre Inteligência Espiritual tem sido confundida com outros conceitos?
Wellington Moreira - Sim, especialmente com os conceitos de espiritualidade e religiosidade. A Inteligência Espiritual não tem a ver com o quanto de devoção e fé em Deus determinada pessoa tem e sim com o seu estado de espírito, a forma de enxergar as coisas e a maneira de agir frente a elas. É claro que muitas pessoas com alto nível de Inteligência Espiritual são dotadas de grande religiosidade, mas aquelas que professam uma fé podem não tê-la como também alguém que se declara ateu é capaz de desenvolver um respeitável Quociente Espiritual.

 

RH - Quais os principais objetivos da Inteligência Espiritual diante da realidade organizacional?
Wellington Moreira - Creio que ao ser mais discutido dentro das empresas, este tema reforça uma série de outras iniciativas que visam humanizar o ambiente de trabalho. Se é verdade que precisamos de pessoas cada vez mais produtivas, também é coerente afirmarmos que é difícil acreditar que elas entregarão o seu melhor se não se sentirem ouvidas ou se o trabalho que realizam não lhes possibilitar a construção de algum tipo de legado. E outro objetivo indireto é fazer com que as empresas realmente discutam seus valores organizacionais a fim de responder à pergunta: "Será que nossos princípios estão de acordo com aquilo que nossos clientes, nossos colaboradores e a sociedade como um todo espera de nós?".

 

RH - Quais os recursos mais utilizados pelas empresas para estimular a Inteligência Espiritual?
Wellington Moreira - Muitas empresas têm criado o ambiente propício para que as pessoas expressem sem temores suas ideias e suas opiniões. Há excelentes exemplos de quem já reconhece publicamente os colaboradores que têm uma conduta ética em seu trabalho e outras convidam as pessoas a participarem de ações de responsabilidade social que têm humanizado corporações que pouco tempo atrás eram vistas com ceticismo até mesmo por quem atua em seus quadros. É importante destacar que nenhuma destas iniciativas surgiu para desenvolver a capacidade espiritual dos colaboradores e sim para atender a outros interesses, mas têm ajudado - e muito - a promover este debate relativo à Inteligência Espiritual.

 

RH - É difícil estimular a Inteligência Espiritual no ambiente corporativo? 
Wellington Moreira - A sociedade atual prega que "tempo é dinheiro" e grande parte das pessoas tem a sensação de que precisa resolver as questões de maneira objetiva e rápida, por isto o discurso de "vamos com calma, é preciso pensar melhor a respeito" ainda encontra uma série de resistências. Além disto, são poucas as corporações que realmente conseguiram criar um ambiente de escuta no qual as pessoas sentem-se estimuladas a falarem o que pensam a respeito do seu trabalho, das angústias profissionais com as quais precisam lidar e como veem a companhia.

 

RH - Com tantos recursos organizacionais, é possível mensurar a inteligência Espiritual no ambiente de trabalho?
Wellington Moreira - Penso que ainda chegaremos a um modelo matemático para a quantificação da Inteligência Espiritual, mas não podemos esquecer de que qualquer esforço nesta direção é incongruente com a subjetividade característica deste tipo de capacidade. Uma das premissas da Inteligência Espiritual é que ela pode ser desenvolvida a qualquer tempo e está muito relacionada aos valores e aos princípios do indivíduo. Portanto, trata-se de uma realidade muito diferente do Quociente de Inteligência, por exemplo, que é matemático, quantificável e permanente.


RH - Se por um lado as organizações devem estimular a Inteligência Espiritual, de que forma o profissional pode contribuir para o crescimento desse processo?
Wellington Moreira - As pessoas reforçam esta capacidade quando cultivam algumas das dez características que os estudos conduzidos nos últimos anos revelaram ser comuns às pessoas consideradas inteligentes espiritualmente.

 

RH - Quais são estas característica?
Wellington Moreira - Estas pessoas geralmente praticam o autoconhecimento, são orientadas por valores e ideais, conservam uma visão holística das coisas, analisam as situações num contexto amplo, suportam os obstáculos com maturidade, valorizam a diversidade, atuam com independência, perguntam sempre o "por quê?", são espontâneas e exercitam a compaixão em seu dia a dia.

 

RH - Quais os benefícios que esse profissional traz à organização?
Wellington Moreira - Acima de tudo, estas pessoas criam uma atmosfera positiva na companhia, pois são pessoas que têm um olhar otimista sobre as suas vidas e o próprio trabalho. Em vez de lamentar, elas procuram soluções para os problemas que enfrentam e com o tempo passam a servir como modelares da mudança comportamental para muita gente. Isto sem falar no fato de que elas ajudam a criar um ambiente no qual as pessoas se conservam focadas, produtivas e, principalmente, atuam com base nos princípios e nos valores da organização.

 

RH - Em sua opinião, o que acontecerá com as empresas que não valorizarem a Inteligência Espiritual?
Wellington Moreira - Num mundo repleto de mudanças profundas, as empresas que não voltarem sua atenção aos aspectos não-práticos do negócio e que também não compreenderem que o homem hoje busca um profundo significado para a sua vida - e que supera qualquer realização material -, também terão grande dificuldade para compreender os anseios de seus clientes e não conseguirão atrair e manter pessoas talentosas. Ou seja, infelizmente estão fadadas a fecharem suas portas.

 

Por Patrícia Bispo para o RH.com.br 

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10 razões significativas para valorizar a espiritualidade no trabalho

Cada pessoa possui uma bagagem que adquire ao longo da sua existência e isso, inclui aprendizados seja no campo pessoal ou profissional. E até mesmo nas situações mais simples é possível desenvolver comportamentos que tornam as pessoas mais centradas e capazes de lidar com as situações inesperadas. Hoje, por exemplo, as empresas demonstram uma preocupação especial com a "espiritualidade no ambiente de trabalho". Não se trata de religião, mas sim de ver o ser o ser humano a partir dos seus sentimentos, suas necessidades, suas expectativas em relação a si próprio e ao trabalho. Veja algumas vantagens de investir na espiritualidade nas empresas.


1 - As pessoas que tem maturidade espiritual, não importa a crença religiosa que tenham, possuem uma forte tendência a administrarem melhor as suas emoções, inclusive, nos momentos em que estão sob forte pressão.

 

2 - A espiritualidade auxilia os colaboradores a encontrarem sentido para as atividades que executam diariamente na empresa. Passam a ver suas ações como contribuições significativas para o negócio. O trabalho que executam sai do automático, tornando as ações mais humanizadas.

 

3 - Uma vez que o trabalho tem sentido para quem o executa, a organização observa a melhoria dos serviços prestados pelos profissionais. O resultado será clientes mais satisfeitos e, provavelmente, uma alavancagem no negócio.

 

4 - Ao contar com funcionários com maturidade espiritual, é natural que os índices de motivação aumentem, já que ocorrerá uma disseminação de sentimentos positivos que agregam valor tanto à vida pessoal quanto profissional.

 

5 - Motivação traz consigo outros fatores relevantes para a empresa: melhoria significativa na performance dos departamentos, dos profissionais.

 

6 - O investimento na espiritualidade nas empresas traz retorno que pode ser sentido no dia a dia. Um deles é o impacto positivo no clima organizacional, uma vez que o espírito de equipe é estimulado e o individualismo perde espaço.

 

7 - Uma vez que o espírito de equipe ganha força entre os profissionais, as chances dos conflitos interno surgirem diminuem, já que as pessoas dão espaço para a sinergia entre seus pares.

 

8 - Uma organização que valoriza a espiritualidade junto aos seus profissionais dá abertura para um relacionamento transparente e coerente com seus talentos. Consequentemente, aflora o sentimento de confiança mútua, ou seja, entre empresa e profissionais.

 

9 - Quando se investe em ações para fortalecer a espiritualidade corporativa, a cultura organizacional ganha mais espaço e é assimilada com mais facilidade pelos colaboradores. Isso se justifica porque as pessoas verão que a missão, os valores e a visão não foram criados apenas para ficarem no papel, mas sim para serem colocados em prática.

 

10 - Uma Gestão de Pessoas que direciona ações para o amadurecimento espiritual reforça a visão holística sobre seus colaboradores. Uma empresa não é feita apenas de números, cálculos, equipamentos de última geração, mas sim de pessoas que atuam por trás de cada relatório, de cada cafezinho servido e de cada ideia criativa que faça um diferencial significativo em relação à concorrência.

 

Por Patrícia Bispo para o RH.com.br

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Por um propósito na vida das pessoas e organizações

Lembro de uma antiga história a respeito de um homem e um cavalo. O homem cavalgava com muita pressa para algum destino que parecia ser muito importante. Um monge, que observava a cena, perguntou ao homem: - Para onde você está indo?O homem respondeu:- Não sei. Pergunte ao cavalo.

 

Essa cena tem tornado-se cada vez mais comum: pessoas correndo sem muitas vezes ter consciência de seu destino. Parece que faltam dias no calendário. Mas, para onde estamos indo?

 

Este é o resultado de uma vida sem um sentido maior: uma correria cotidiana para cumprir a meta de curto prazo, apagar incêndios ou simplesmente para tentar manter o emprego. As organizações passam pelo mesmo dilema: temos que aumentar vendas, conquistar novos mercados, expandir territórios. Ao mesmo tempo, as pesquisas mostram 80% dos brasileiros infelizes com seus empregos, pois não conseguem perceber sentido em tanta correria. E o planeta nos traz sinais claros de que definitivamente somos interdependentes.

Para que ter um propósito de vida?

 

Ter um propósito de vida torna a nossa trajetória cheia de significado. Com um propósito claro, as decisões começam a fazer sentido e as encruzilhadas da vida mostram-nos as lições a serem aprendidas rumo à nossa realização.

 

Ao identificar o nosso propósito, podemos conectá-lo a cada área da nossa vida, promovendo equilíbrio – que é fonte sustentável de realização. Já sabemos que nada adianta ter apenas fontes externas de felicidade efêmera, é preciso estar bem com a gente mesmo. O oposto também é verdadeiro: com exceção dos raros iluminados, precisamos atuar no meio externo para que possamos ser felizes. Tudo é interdependente.

 

O propósito de vida faz com que possamos decidir claramente o que irá compor os fatores internos e externos de alegria e satisfação. Por este motivo, as atividades relacionadas ao coaching e ao autoconhecimento são áreas em expansão. O mesmo acontece com a espiritualidade, que ganhou espaço no mundo corporativo e na vida das pessoas: todos buscando um sentido para tanta correria.

 

Atividades de coaching podem trazer uma contribuição significativa em direção à identificação do propósito de vida, desde que o coach também já tenha identificado o seu próprio propósito e viva de acordo com ele. É definitivamente uma mudança de paradigma na forma de encarar a vida.

 

Especialistas em carreira já apontam o fenômeno dos que optaram pela simplicidade voluntária e que preferem abrir mão de promoções em favor de qualidade de vida. Médicos relatam o aumento de problemas cardíacos em jovens executivos. Headhunters trazem à mídia a preocupação com executivos em busca de uma nova colocação profissional e que preferiram sua saúde, sua família e sua juventude ao mundo das organizações em trabalhos que não faziam sentido.

 

Sucesso e prosperidade não são sinônimos de acúmulo de bens materiais. O verdadeiro sentido está em uma existência sustentável que promova relações saudáveis em todas as dimensões da vida: família, trabalho, eu interior, diversão, comunidade, finanças etc. As pessoas e as organizações começam a chegar a essa conclusão.

 

Como o propósito pode ser vivenciado em organizações?

As organizações mais avançadas já perceberam isso e buscam mover-se em torno de um propósito capaz de conectar verdadeiramente as pessoas. Um exemplo clássico é a famosa rede de restaurantes “Hard Rock Cafe” criada em torno do lema “Ame a todos. Sirva a todos”, com o objetivo de servir em uma mesma mesa pessoas de diferentes classes sociais, raças ou crenças em uma época em que isso ainda não era possível nos Estados Unidos. O resultado todos nós conhecemos – com um enorme diferencial: o lucro foi consequência de um trabalho cheio de significado pessoal.

 

Vivemos em um mundo organizacional com estruturas cada vez mais enxutas, recursos cada vez mais escassos e as pessoas se esforçam pelo menos para acompanhar o ritmo das caixas de e-mails que parecem cada vez mais cheias. O mundo está definitivamente globalizado e muito mais competitivo.

 

Isso significa que as organizações precisam de pessoas competentes, estratégicas, que façam acontecer no curto prazo, mas sem perder de horizonte a sustentabilidade do negócio. O tema Gestão de Pessoas ganha espaço no mundo organizacional de uma forma como nunca aconteceu antes: precisamos que as pessoas gerem cada vez mais resultados. As organizações ainda estão aprendendo a gerenciar as pessoas de uma nova forma, pois precisam de pessoas autônomas, competentes e capazes de tomar decisões estratégicas em estruturas que foram criadas e pensadas em um paradigma antigo, o da Revolução Industrial.

 

Como vamos reter esses profissionais?

Uma organização com propósito claro e valores vivenciados na prática pode ter um diferencial imbatível quando consegue conectar-se com os propósitos individuais de vida das pessoas que dela fazem parte.

 

Podemos concluir que identificar o propósito de vida pode acontecer tanto em âmbito individual quanto organizacional. Certamente, um propósito claro é uma boa alternativa no sentido da realização.

 

Por Deise Cristina Engelmann para o RH.com.br

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